terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ação e Reação

Prometo atualizar com mais frequência.

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O relógio marcava dez e meia. Resolvi levantar da noite mal dormida. Noite em que meu corpo incansavelmente fez o favor de virar e desvirar tentando pegar num sono que não existia. Abri os olhos e pensei que levantar não seria boa idéia. Não depois de ontem. Não depois do que eu fiz. Eu não costumo agir por impulso, mas tem horas que nem eu me agüento.

Quando a gente é pequeno e tá começando a entender a vida a mamãe diz: “Pense duas vezes antes de agir.”. Quando a gente cresce, isso muda. Vira: “Aja duas vezes antes de pensar.”. Eu nunca pensei que fosse tão ruim ter que pensar depois de agir. “Fez tá feito, agora agüenta as conseqüências.”.

Eu não vou conseguir anular meus problemas deitada aqui, mas pelo menos eu os adio por um tempo. Não acho que fugir seja a solução até porque até onde eu sei o problema está dentro de mim e eu não vou conseguir me livrar dele com a facilidade que eu quero.
Agir sem pensar é fácil, pensar depois de agir é frustrante, doloroso e angustiante. Na hora de agir tudo parece tão simples, tudo é chamativo, atrativo. Tudo te leva a pecar da melhor maneira possível, o instante fica perfeito, o medo de errar desaparece e a vontade fala muito mais alto do que a consciência.

O escondido é mais gostoso, o proibido é mais gostoso. Na hora foi maravilhoso. Tudo começou com aquela festa na casa da Elisa. Muita bebida, muito rock n’roll e ele. Ele estava LINDO com aquele casaco de couro preto, aquele cabelo bagunçado milimetricamente perfeito e olhou pra mim desde o momento em que eu cheguei.

Não sei como, mas depois de algumas doses de tequila eu estava numa conversa sem fim com ele, culpa da Elisa. A Elisa é minha amigona, daquelas que a gente vive grudada, sabe? Ela sempre soube que eu tinha uma quedinha (tombo) pelo Felipe, por isso chamou ele para a festa e ficou o tempo todo colocando pilha para gente se entender, porque até aquele dia só haviam rolado trocas de olhares.

Não lembro de mais nada. Só lembro de acordar na cama dos pais da Elisa com o Felipe do meu lado. Minha cabeça girava, eu tentei levantar, mas parecia que ela era uma bola de boliche e me puxava para baixo. Depois de muito tentar, levantei e fui para casa. Queria entender o que havia acontecido naquela noite. Queria falar com Felipe no dia seguinte, mas o tempo passou e eu não tinha cara para falar com ele. Será que ele lembrava?

Passaram-se dias, semanas. Nem a minha coragem para falar com o Felipe e nem minha menstruação apareciam. Agora minha cabeça começava a pesar de tanta coisa que se passava nela. Podia ser coincidência ou conseqüência.

Liguei para Elisa, aflita. Precisava muito dela. Ela foi comigo na farmácia e compramos cinco testes de gravidez. Todos, todos, todos deram positivo. Meu mundo desabou. Minha vida acabou. Eu não era mais eu. Agora eu era eu e ele, ou ela.

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